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Ausência de Petrobras e outras grandes petroleiras frustra leilão da ANP

Governo arrecadou apenas R$ 121 milhões em bônus de assinatura, ante R$ 978,77 milhões que poderiam ser obtidos

13ª Rodada de Licitação de áreas de petróleo e gás natural apresentou fraco interesse pelos ativos, negociando apenas 37 dos 266 blocos exploratórios ofertados, em um leilão tido pelo mercado como desafiador, considerando os preços mais baixos do petróleo e a crise da Petrobras.

Em seis das dez bacias licitadas não houve nenhuma oferta, incluindo áreas que são importantes produtoras de petróleo, como as bacias de Campos e do Espírito Santo.

Com a venda dos 37 blocos, o governo federal arrecadou apenas R$ 121 milhões em bônus de assinatura, ante R$ 978,77 milhões que poderiam ter sido obtidos se todas das áreas tivessem sido arrematadas sem ágio.

A Petrobras, que sempre foi dominante nos leilões promovidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), não arrematou nenhuma área. Da mesma forma, grandes petroleiras inscritas, como a Shell e ExxonMobil, não levaram blocos.

“Os fatores como o preço do petróleo, escassez de dinheiro, dinheiro caro, reservas potenciais pequenas (no leilão), tudo isso fez com que o interesse fosse menor”, afirmou ex-diretor da ANP e consultor do setor John Forman.

Segundo ele, o problema não foi somente a ausência da Petrobras, mas o fato de nenhuma grande petroleira ter participado.

“Do jeito que o mercado está, as empresas só vão na boa, no certo, naquilo que pode dar um retorno maior”, acrescentou.

Os preços do petróleo caíram mais de 50% em comparação com a época do último leilão da ANP, realizado há quase dois anos.

O resultado também decepcionou representantes de municípios, que no futuro poderiam obter royalties com a produção de petróleo.

“A gente já vinha com um sentimento de bastante preocupação… Quando não há proposta é porque tem um desestímulo total, organizado”, disse o presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro) e prefeito de Macaé, Aluizio dos Santos, em entrevista durante o leilão.

Não houve oferta pelos blocos oferecidos nas bacias de Camamu Almada, Espírito Santo, Campos, Amazonas, Pelotas e Jacuípe.

Pela manhã, a bacia com maior interesse foi a Parnaíba, com a venda de 11 de 22 blocos ofertados.

Na Bacia Potiguar, houve venda de seis blocos de 71 ofertados.

Na parte da tarde, a área com maior interesse foi a Bacia do Recôncavo, com 18 blocos arrematados.

A petroleira Queiroz Galvão Exploração e Produção arrematou dois blocos exploratórios na Bacia Sergipe-Alagoas. A empresa foi a única arrematante dos dois únicos blocos vendidos na bacia, de um total de dez leiloados.

(Reportagem adicional de Jeb Blount e Stephen Eisenhammer)

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