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FOLHA PUBLICA ARTIGO DE DIRIGENTES DA GREAT OIL SOBRE O FUTURO ONSHORE NO BRASIL

O jornal Folha de S. Paulo publica, em sua versão online, artigo do presidente e do presidente do Conselho da Great Oil, Rubens Botteri e José Antonio de Magalhães Lins, sobre o futuro promissor da indústria de petróleo em terra no país. “A Petrobras, ao decidir se concentrar no pré-sal, passa a ser um catalisador desse processo”.

A vez do petróleo em terra

Abandonado há anos, especialmente a partir do pré-sal, mas responsável por toda uma cadeia de desenvolvimento local, o setor de exploração e produção de petróleo em terra vive a expectativa de dias melhores.

As dificuldades por que passa a Petrobras levaram a estatal a vender parte de seus campos terrestres, no projeto chamado Topázio, abrindo, finalmente, caminho para uma indústria independente que gera emprego e renda onde se instala, principalmente nos estados do Norte e Nordeste.

Somam-se a isso a recuperação prevista para 2017 dos preços da commodity e a promessa de retomada dos leilões regulares, que começa a ganhar forma no novo programa de concessão do governo. Afinal, ter um horizonte certo de áreas para exploração é fundamental para os investidores.

É preciso também que tudo venha acompanhado de um programa de longo prazo voltado ao setor, e que englobe não apenas a questão do calendário.

Tanto a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) quanto o Ministério de Minas e Energia têm bons diagnósticos do que é relevante para as empresas.

A política de conteúdo local, por exemplo, necessita ser adaptada, pois é sabido que alguns segmentos da nossa indústria encontram dificuldade em cumprir os percentuais mínimos de contratação em fornecedores brasileiros. A competitividade, então, fica prejudicada nesses casos.

Mas, sem dúvida, o início do projeto Topázio por si só e a sua manutenção no plano de desinvestimento da Petrobras foi um excelente passo para a retomada.

A produção em terra caiu 5,21% em 2015 na comparação com 2014 e 17,61% se levado em conta o ano de 2006. Os dados são do Anuário Estatístico 2016 da ANP.

No processo em curso de cessão dos direitos de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás de campos terrestres, foram ofertadas 104 concessões localizadas no Ceará, no Rio Grande do Norte, em Sergipe, na Bahia e no Espírito Santo. Estima-se que boa parte dos poços esteja inativa.

A produção de óleo, nesses campos, é de 35 mil barris/dia segundo a Petrobras – 20% de sua produção em terra.

O mercado calcula que a produção pode dobrar com a venda dessa primeira parte dos ativos.

A Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip) prevê R$ 2 bilhões em investimentos e a geração de 200 mil empregos nos cinco estados do projeto.

Mais do que reativar sondas paradas, é, portanto, uma questão social recuperar milhares de empregos perdidos nos últimos dez anos, a despeito de protestos de sindicatos de petroleiros contra a venda das áreas.

Em lugares carentes que vivem somente de atividades como comércio, extração e agropecuária, a indústria da perfuração em terra alavanca toda uma cadeia produtiva, formando microempreendedores, atraindo hotéis, empresas de catering, transporte, entre outros prestadores de serviços.

São novas oportunidades de trabalho e renda para a população local.

Ainda que movida por um momento difícil, a Petrobras, ao decidir se concentrar no pré-sal, passa a ser um catalisador desse processo com grande apelo econômico e social para o país.

O Brasil tem um enorme potencial para essa atividade distante das plataformas do litoral.

O futuro em terra também pode ser promissor.

JOSÉ ANTONIO DE MAGALHÃES LINS E RUBENS BOTTERI são dirigentes da Great Great Holdings e das Câmaras de Comércio Brasil-Uruguai e Brasil-Equador

http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2016/10/1825385-a-vez-do-petroleo-em-terra.shtml

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